Viver é estar em trânsito
Viver é estar em trânsito Por Hilda Lucas Alguns lugares, assim como certos sonhos, nos acordam por dentro. Nos fazem querer uma nova geografia, novos ventos, o novo em nós. Às vezes chegamos a um determinado lugar e nos transformamos. Não por que seja belíssimo ou mágico ou místico. (A mudança espera pacientemente dentro de nós, como é dentro de nós que muitas vezes jaz como os sonhos, os suspiros e a esperança...) Não! Não é o lugar que nos transforma mas sim a pausa que nos permitimos fazer. Ilha de Skye, Escócia: mais que um ponto no mapa, que um acidente geográfico virou um espaço na alma. Um não-lugar feito de fim de mundo, fim de ciclo, novo e velho, passado e futuro. Um pedaço de terra envolto em brumas, ventos gélidos e nuvens colossais, que avança sobre um mar hostil, misterioso, indômito. (Mar e céu de Van Gogh!) Do alto de um promontório avista-se mais que o oceano, avista-se a imensidão, o desconhecido. Para trás, está tudo o que se viveu, o que já se conhece. Todos os cam